| Foto: YouTube   MARIA VERONICA SILVA  VILARIÑO AGUILERA( BRASIL - RIO DE JANEIRO )
   Maria  Veronica Silva Vilariño Aguilera, casada e mãe de dois filhos, nasceu no Rio de  Janeiro (10/09/1946), onde vive e trabalha. É professora universitária de  Língua Portuguesa (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e jornalista  (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Iniciou no magistério, como professora de Ensino Fundamental da rede pública  municipal, na atividade de comunicação, atuou em veículos de imprensa,  instituições  e empresas, em funções  diversas.
 É autora de textos literários, jornalísticos e acadêmicos e possui três livros  publicados: Carlos Drummond de Andrade: a poética do cotidiano (Exped,  2002); Saudações virgilianas: de literatura e amizade na voz de outro em
 Lygia Fagundes Telles (2014) e Outubros (2016), os dois últimos em  produção independente.  Venceu, em  primeiro lugar, no Prêmio UFF de Literatura 2007, com a crônica
 Reencontro e no Festival INTERGERA da UERJ, com a poesia Ode à Mãe  Mangueira.
   PRÊMIO SESC DE POESIAS CARLOS  DRUMMOND DE ANDRADE. Poesias. Edição  2016.   Brasília: SESC DF, 2017.  108 p.  Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
 
 Floração
 
 De miosótis, lilases e cravinas,
 faço minha canção de primavera,
 quase elegia
 não fosse o despudor de um girassol
 que irrompe, bem agudo, em sol  maior.
 Atônita, permeio campos de  crisântemos,
 impressões de Renoir,
 meninas atrevidas, com os cachos  banhados de luz.
 
 Colho margaridas aos montes
 para jogar nos cabelos
 e deixar as violetas arroxadas de  inveja.
 De lírios do convento,
 teço uma veste imaculada,
 só para despi-la e rolar minha nudez
 sobre um manto de orquídeas e  nenúfares.
 
 Dama-da-noite,
 exalo odor de jasmins
 e entonteço papoulas assombradas,
 trêmulas de susto,
 plenas de ópio,
 frágeis invólucros de força onírica.
 
 Rosas, rosas e mais rosas
 se enroscam em meu corpo,
 me acariciam o ventre
 e me beijam os seios,
 carícias de amado num cálice em  floração.
 
 Imune a possíveis dores,
 arranco todas as pétalas.
 Aprendiz de feiticeira,
 uso palavras mágicas e um caldeirão  de cobre
 e, em rubro fogo,
 lentamente,
 me dissolvo em néctar.
 
 
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 Página publicada em setembro de 2025.
 
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